Apresentar trabalhos em congressos, coordenar conferências, ministrar palestras em eventos, dar entrevistas à imprensa e conduzir aulas são atividades cada vez mais presentes no cotidiano de “médicos speakers” – como são chamados esses porta-vozes que se propõem a ir além dos corredores clínicos ou acadêmicos.
Mais desafiador do que circular em diversos ambientes é a necessidade de adaptar a linguagem técnica a diferentes públicos e de ser entendido por todos eles: colegas, pacientes, jornalistas, políticos, estudantes, executivos da indústria farmacêutica, entre outros. Afinal, cada audiência tem suas particularidades e necessidades e, portanto, a comunicação não pode ser a mesma para todos.
Por razões diversas, sabemos que a maioria dos médicos speakers exercem o papel adicional de comunicador ligando o “modo improviso” ou o “modo automático”. Aliás, em geral, a maioria dos profissionais (de todas as áreas) age assim, seja por falta de tempo ou por acreditar que conhecimento e experiência técnica são suficientes.
A verdade é que conhecimento e experiência não garantem uma comunicação eficiente.
Não à toa, é comum ouvirmos especialistas que falam, falam, falam… Mas que não são entendidos; que não influenciam; que não estabelecem conexões; e cujas mensagens não são lembradas posteriormente. Não significa que as pessoas não tenham prestado atenção, nem que eles não dominam o assunto. A falta de entendimento e/ou o distanciamento do público apenas evidenciam falhas quase sempre evitáveis nesse caminho entre emissor e receptor.
Mas, como evitar que tais falhas aconteçam e como maximizar as chances de médicos speakers serem entendidos? Para resumir: preparando-se para as exposições em público. E preparar-se estrategicamente é mais do que selecionar informações úteis. É também conhecer o público-alvo, adequar a linguagem, criar transições entre as ideias, estruturar a mensagem, planejar as interações, escolher os recursos e treinar. Treinar como será o início, o meio e o fim. Treinar para saber se a mensagem “cabe” no tempo; treinar as respostas que serão dadas diante de eventuais perguntas; treinar como serão as movimentações corporais; treinar as pausas; e repetir o exercício diante de uma nova apresentação.
Treinar, aliás, é o item mais essencial, mais óbvio, entretanto o mais negligenciado pela maioria dos apresentadores. Assim como há grande esforço realizado nos bastidores pelo corredor que corre; pelo escritor que escreve; pelo cozinheiro que cozinha; pelo pesquisador que pesquisa; o apresentador deveria incluir a prática constante antes de suas apresentações oficiais para poder identificar falhas e descobrir que sempre há espaço para “subir o nível”.
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E vale reforçar que para esses apresentadores em específico o que está em jogo é uma causa muito nobre. Por quaisquer que sejam as motivações individuais, médicos speakers são profissionais que querem alcançar outros públicos, levando informação sobre saúde em espaços como empresas, escolas, congressos, estúdios, eventos, comunidades. De uma forma ou de outra, médicos speakers já saíram de suas zonas de conforto quando se expõem para se comunicarem com o “mundo externo”.
É inegável: comunicar questões complexas de forma simples é um grande desafio.
Alcançar a simplicidade requer trabalho e demanda um exercício de paciência, reflexão, foco, adequação e desapego. Mas, os médicos speakers sabem que o resultado é recompensador porque, acima de tudo, ser entendido significa expandir fronteiras e multiplicar conhecimentos. E não custa lembrar: todos que se propõem a escutar têm o desejo genuíno de entender; e todos que se propõem a falar têm o desejo genuíno de serem entendidos.
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