Executivos de diversos segmentos percebem a voz como fator que influencia fortemente a imagem profissional. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada) com 400 profissionais de grandes empresas. De acordo com o estudo, concluído em setembro de 2014, 90% das pessoas acreditam que a voz transmite uma imagem profissional, seja ela positiva ou negativa.
O estudo revelou ainda que a voz do profissional pode:
– Fortalecer o marketing pessoal (para 82,6%);
– Prender a atenção do interlocutor (para 81,9%);
– Facilitar as relações interpessoais (para 64,6%);
– Contar pontos em uma entrevista de emprego (para 63,9);
Para a maioria dos executivos entrevistados, por meio da voz podem ser inferidos traços de personalidade (58,7%), como sociabilidade (57,9%), liderança (77,5%) e até mesmo inteligência (20,5%). Mais da metade (52,6%) respondeu ainda que a voz é um indicativo de competência profissional.
Segundo a coordenadora da pesquisa e fonoaudióloga Rosângela Curvo Leite, alguns elementos da voz – como modulação, intensidade, timbre, ressonância –, de fato, chamam a atenção das pessoas. “Esses parâmetros vocais são frequentemente relacionados com algumas características da personalidade. Uma voz vibrante, com boa sonoridade, por exemplo, é comumente associada ao poder de liderança e à capacidade de persuasão do indivíduo; vozes graves são relacionadas a pessoas autoritárias e vozes agudas a pessoas frágeis”, explica. “Essa associação é intuitiva e não necessariamente corresponde à realidade. Mesmo assim, não podemos desconsiderar a influência significativa que a voz exerce sobre a imagem profissional”, completa.
O estudo feito pelo CPDEC revela ainda que a maioria dos executivos entrevistados não está totalmente satisfeita com a própria voz (66,5%). Além disso, 54,7% deles acreditam que a voz dificulta de alguma forma o entendimento de sua fala – o que, de fato, pode acontecer, dependendo dos aspectos vocais apresentados.
De todo modo, é preciso fazer uma diferenciação entre os aspectos “intrínsecos” relacionados à voz do indivíduo (as características vocais propriamente ditas) e os aspectos que são evidenciados ocasionalmente. Isso porque a voz pode sofrer variações significativas, dependendo do contexto. Para 97,8% dos entrevistados, o nervosismo pode ser percebido pela voz, assim como o humor (92,6%) e o cansaço (92,6%).
“Alguns sinais claros são fornecidos aos ouvintes a respeito do estado emocional do emissor. Os mais comuns são: voz trêmula, fraca ou com falhas. Esses sinais, se não controlados, podem ser interpretados como insegurança, fraqueza ou despreparo”, destaca a especialista.
No entanto, a boa notícia é que os sintomas, temporários ou contínuos, podem ser amenizados. Ao contrário do que muitos pensam, a voz não é algo imutável. “Uma afirmação recorrente é: ‘minha voz sempre foi assim e não tem jeito’. Isso não é verdade, já que há técnicas específicas que levam à melhoria da qualidade vocal”, explica a fonoaudióloga, que trabalha há mais de 30 anos no aprimoramento da comunicação de executivos. “Mas vale lembrar: para preservar um dos mais importantes instrumentos de comunicação, o cuidado com a saúde vocal deve ser contínuo”, conclui.
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* A pesquisa intitulada ‘O Impacto da Voz na Imagem Profissional’ foi conduzida pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada) e concluída em setembro de 2014. Os questionários foram aplicados presencialmente a 400 profissionais de diversas áreas que trabalham em grandes empresas no Brasil.
Para ter acesso ao estudo na íntegra, acesse a página de downloads.