Um dos grandes desafios enfrentados pelos profissionais de RH, envolvidos com Treinamento e Educação Corporativa, é engajar e atrair colaboradores aos treinamentos corporativos. Conquistar a participação e o envolvimento nem sempre é fácil e as justificativas mais comuns referem-se à falta de tempo, impossibilidade de se ausentar de suas áreas ou mesmo desinteresse pelos temas. Como, então, despertar a curiosidade, conciliar as agendas e garantir a presença nesses eventos?
1. Promover sessões de alinhamento entre clientes e fornecedores
O sucesso de um treinamento corporativo está ligado diretamente com um diagnóstico preciso. Por esse motivo, é fundamental investir nas fases anteriores à execução do treinamento para garantir o alinhamento das expectativas entre clientes e fornecedores. Nesse momento, é preciso considerar as reais necessidades da empresa e dos colaboradores e os objetivos a serem atingidos.
O que não deveria acontecer: Partir para a execução do treinamento, sem antes entender os reais motivos de sua realização e os objetivos a serem atingidos. Reuniões de alinhamento pouco assertivas entre clientes e fornecedores comprometem a comunicação e prejudicam os resultados finais.
2. Melhorar a comunicação/divulgação dos treinamentos corporativos
É indispensável que os colaboradores saibam, com antecedência, sobre a realização dos treinamentos. Informações como: data, local, tema, formas de inscrição ou de convocação, prazos de confirmação e atividades prévias (os pré-works) devem estar claras e acessíveis. Para isso, é preciso divulgá-las e reforçá-las adequadamente.
Nesse sentido, um plano de comunicação deve permear a área de Treinamentos para garantir que todos tenham acesso às mesmas informações. Ferramentas diversas podem ser exploradas para ampliar os canais de divulgação – e-mail, intranet, TVs internas, banners.
O que não deveria acontecer: Ausências ou atrasos de participantes, atividades prévias não-executadas ou outras falhas devido ao desconhecimento ou à falta de informações.
3. Conscientizar gestores sobre a importância dos treinamentos e da participação de cada colaborador
A liderança da companhia deve conhecer e se envolver na programação de treinamentos. Antes de o RH enviar convocações ou convites, os gestores devem ser informados sobre os objetivos e a aplicabilidade dos treinamentos para, assim, incentivarem a participação de membros da equipe. Esse incentivo é fundamental para que os colaboradores se sintam confortáveis em participar e em se ausentar temporariamente de suas áreas.
Além disso, gestores e colaboradores devem se planejar para que a ausência temporária, que pode ser por algumas horas ou por alguns dias, seja suprida sem gerar prejuízos.
O que não deveria acontecer: Colaboradores enviados de última hora para substituir aqueles que, por algum motivo, não podem mais comparecer. Também devem ser evitadas interrupções constantes pelo celular e/ou ausências durante os treinamentos – muitas vezes, devido a solicitações de colegas e gestores.
4. Criar “sinergia” entre teoria e prática
Para despertar o interesse do colaborador, os programas de treinamento devem ser coerentes com suas necessidades atuais e futuras. Para isso, devem fazer parte de um processo contínuo e consistente de aprendizagem. Afinal, um curso sem aplicabilidade clara certamente não despertará interesse. É fundamental que haja sinergia entre teoria e prática para que o treinamento seja útil e, consequentemente, valorizado.
Nesse sentido, conteúdos adaptados à realidade de cada empresa são altamente recomendados. Durante a execução, o instrutor deve incentivar a interatividade nos treinamentos corporativos e a troca de experiências.
O que não deveria acontecer: Promoção de treinamentos cujos temas não têm relação direta com a realidade dos participantes ou que não irão auxiliar no desenvolvimento de competências complementares. Treinamentos excessivamente teóricos são cansativos e costumam ser pouco eficazes.
5. Investir na qualidade dos treinamentos e de seus conteúdos
Treinamentos corporativos eficazes corroboram participações futuras ou podem, por outro lado, desestimular o retorno dos que já participaram uma vez. Por isso, a melhor forma de incentivar a participação, hoje e no futuro, é promovendo bons treinamentos que, de fato, tragam conhecimento, reflexão e levem à ação. Contar com fornecedores preparados é uma forma de criar parcerias duradouras e maximizar as chances de sucesso dos treinamentos corporativos.
O que não deveria acontecer: A contratação de fornecedores ou consultores sem referências, não especializados nos temas em questão.
6. Adotar uma cultura de aprendizagem contínua, ligada à carreira
A participação em treinamentos deve estar ligada ao desenvolvimento profissional e permitir que o colaborador possa progredir e planejar seu futuro com mais segurança. Aqueles que sabem aproveitar as oportunidades oferecidas, relacionadas à capacitação, devem ser valorizados pela empresa.
Segundo pesquisa realizada em 2014, 36% das pessoas consideram as “experiências aprendidas” como o maior fator de motivação no trabalho e 62% dos colaboradores afirmam serem motivados por novas aprendizagens. Promover treinamentos coerentes com o plano de carreira e valorizar a participação dos colaboradores, portanto, é uma estratégia essencial para engajá-los e atrai-los.
O que não deveria acontecer: Treinamentos “soltos”, pouco estratégicos, que não têm um planejamento por trás relacionado ao desenvolvimento profissional e organizacional. Os treinamentos devem fazer parte da cultura da companhia.
Os treinamentos são (e devem ser encarados) como parte integrante da estratégia da empresa e da cultura organizacional. Para serem bem-sucedidos, precisam ser formatados com consciência e planejamento e contarem com o comprometimento por parte de todos os envolvidos – RH, gestores, colaboradores, fornecedores. A partir disso, a adesão e o engajamento nos treinamentos serão uma consequência natural.
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