A cada campanha eleitoral fica mais evidente o quanto os políticos são treinados para se expor na mídia e, assim, atingir os eleitores. Jogadores de futebol, conhecidos por suas respostas “prontas” e genéricas demais, também têm se preparado melhor para falar com a imprensa a fim de evitar mal entendidos e projetar uma imagem mais positiva durante as coletivas. Um perfil de profissionais que ainda poderia se dedicar mais a essa modalidade de comunicação é o de executivos.
Segundo uma pesquisa apontada no livro Media Training, da Summus Editorial, 70% dos jornalistas afirmam que os executivos demoram, em média, dois dias para responder às solicitações de entrevistas, tempo considerado extenso, em que muito pode mudar no mundo das notícias. Por isso, o executivo que sabe falar com a imprensa, de forma ágil, clara e eficaz, possui um diferencial significativo em relação aos seus pares. Mas a vantagem não é apenas para o profissional, como também para a imagem da empresa.
É inegável que, por meio da imprensa, estabelece-se um diálogo entre empresa e consumidor, por meio do qual é possível divulgar produtos, ações e informações das corporações de forma clara e transparente, algo valorizado, especialmente, pelos consumidores. Além disso, na sociedade atual, a imprensa, por seu grande alcance, tem força suficiente para reforçar a credibilidade de uma marca ou um produto em termos numéricos (por ser comunicação de massa) ou qualitativos (segmentação de público) Esse é mais um motivo pelo qual os profissionais considerados porta-vozes da empresa devem, portanto, receber treinamento de mídia, para lidar de forma harmoniosa com a imprensa. Empresas que preparam seus executivos apresentam casos de sucesso.
A Rhodia Pharma, por exemplo, agiu com rapidez quando um de seus medicamentos precisou ser retirado de circulação. A ação com a imprensa foi elogiada e em nenhum momento o nome da empresa foi manchado. Em compensação, algumas empresas têm passado por saias justas quando os colaboradores sem nenhum preparo são destinados a conversar com os jornalistas. Isso tem acontecido semanalmente em programas de TV com ampla audiência. Recentemente, uma empresa foi procurada pelos jornalistas de um canal de TV aberta e ao questionar se o empresário estava e se poderia atender ao telefone, a atendente disse que ele havia saído. O problema é que o programa já tinha mostrado à população que o empresário estava, sim, na empresa. Quem perde a credibilidade? Para estabelecer esse bom relacionamento com a mídia, o profissional deve saber atender os repórteres de diferentes meios e gêneros jornalísticos, entendendo que há particularidades na comunicação do rádio e da TV, da revista e do jornal, do site e do colunista. Saber se adequar a essas especificidades de mídia e oferecer ao repórter a informação de que ele precisa e que favoreça a imagem da empresa são algo que só se consegue depois de passar por um treinamento. Por isso os políticos e esportistas têm se saído melhor do que quando tentam o “bate-papo” improvisado.
Seguem algumas dicas úteis caso você seja exposto a uma situação de comunicação com a mídia:
- Evite se irritar com o jornalista;
- Estabeleça um encontro amigável com o repórter;
- Nunca agrida o jornalista;
- Ouça a pergunta com atenção e dê a resposta dentro do assunto abordado;
- Se se tratar de televisão ou rádio, procure pronunciar corretamente as palavras e seja conciso;
- Procure levar dados numéricos ou informações interessantes para os jornalistas;
- Tenha em mente que você está se comunicando com muitas pessoas e não apenas com o repórter;
- Atente-se para as roupas que usará, Particularmente em entrevistas televisivas, o branco e o azul não são indicados;
- Peça a pauta do jornalista ao aceitar conceder a entrevista e antecipe algumas possíveis perguntas. Treine as respostas;
- Leve números para as entrevistas. De acordo com o que o jornalista lhe perguntar, isso pode ser útil a ele e à sua empresa;
Finalmente, fique atento aos bons e maus exemplos diários que assistimos no mundo das notícias e saiba usar a mídia em favor de sua empresa.
Por Cyntia Andretta
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