Você tem um planejamento pessoal e profissional para 2015? Todo início de ano nos perguntamos: o que quero para os próximos meses? Fazemos promessas, indicamos objetivos, metas, desejos, mas nem sempre traçamos um plano de ação para, de fato, alcançá-los. Um estudo da Universidade de Scranton, EUA, publicado pelo Statistic Brain Research Institute, mostra que 54% das pessoas desistem das suas resoluções de ano novo em menos de seis meses e apenas 8% delas cumprem o que foi prometido. Assim, o ano passa e, com ele, vêm as frustrações e a sensação de que ficou faltando algo…
Para evitar esse sentimento, o primeiro questionamento a ser feito é: quero, de fato, aquilo o que planejei? Psicólogos e especialistas garantem que o problema está, muitas vezes, no desejo em si, que nem sempre é a expressão do verdadeiro querer, ou está além do que é realmente possível. Desejamos por desejar, algumas vezes, com base naquilo que a sociedade espera de nós, que os filhos esperam de nós, que o chefe espera de nós, sem pensar cuidadosamente a respeito. “Preciso fazer um MBA”, “quero ser promovido”, “gostaria de viajar”, “quero passar mais tempo com a família”, “vou emagrecer 10 quilos”… Quem nunca fez afirmações como essas num início de ano?
No entanto, para sair do eixo da imaginação e partir para a ação, não há fórmulas mágicas, nem atalhos: a solução é planejamento. Nenhum bom resultado surge por acaso e isso vale para todos os segmentos e papéis sociais. O planejamento deve ser feito individualmente tanto para questões relacionadas à vida pessoal, quanto profissional; por pessoas físicas e jurídicas; por equipes, departamentos e por empresas como um todo. Só assim, os objetivos tornam-se viáveis. Antes disso, são apenas ideias.
Vamos tomar como exemplo, a área de Recursos Humanos de uma organização – mais especificamente, o setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D). As primeiras semanas do ano ou de um semestre são (ou deveriam ser) cruciais para os profissionais responsáveis pela implementação dos programas de capacitação, pois representam o momento em que as principais estratégias são traçadas.
Em uma empresa, planejar ações de desenvolvimento significa, antes de tudo, estabelecer objetivos alinhados às competências que precisam ser aprimoradas. É a oportunidade de discutir as lições aprendidas nos últimos meses e refletir sobre ações corretivas e preventivas a serem tomadas; levantar e identificar as necessidades atuais dos clientes internos; criar estratégias de ação; definir um cronograma e, por fim, estabelecer um plano anual de T&D. Apesar de o sucesso dos programas não depender exclusivamente dos profissionais de RH, as chances de bons resultados aumentam consideravelmente se houver, por trás, um planejamento sólido e eficaz.
Essa mesma linha de raciocínio pode ser aplicada pelas pessoas, individualmente. Imaginemos, por exemplo, que um profissional chegou à conclusão de que o objetivo dele para os próximos meses é ser promovido. A primeira pergunta a ser feita é: esse objetivo está alinhado às competências atuais? Ou seja, apesar de almejar a promoção, esse indivíduo reúne o conhecimento, as habilidades e as características necessárias para assumir o novo cargo?
Pense de forma realista nos últimos acontecimentos e extraia lições: “qual foi, por exemplo, o meu maior aprendizado naquele projeto? Como eu fui avaliado? Onde houve falhas? E quais foram os meus maiores acertos?” Identifique as suas necessidades atuais e as oportunidades de melhoria. Essa reflexão – cuidadosa e sincera – deve ser um exercício constante, que irá acompanhá-lo sempre, até que essa prática se torne quase “automática”. Esse é o primeiro passo para a estruturar planejamento e implementá-lo.
A partir disso, crie um plano de ação, defina prazos, rabisque a agenda e estabeleça um planejamento pessoal para chegar o mais perto possível da promoção desejada. Em uma situação como essa, você é o seu melhor “investidor”. Por isso, pense o que você pode fazer por conta própria para se aproximar do seu objetivo.
Participe de cursos, invista em capacitação, demonstre interesse e engajamento. De novo: assim como o sucesso dos treinamentos não depende apenas dos profissionais de RH, a promoção provavelmente não depende apenas do seu esforço. Mesmo assim, uma coisa é indiscutível: suas chances aumentam se você cuidar da sua carreira e se preparar para os novos desafios.
Neste ano, saia do eixo imaginário e faça parte do seleto grupo dos colocam os desejos em prática. Com os pés no chão, concentre-se e faça o seu “próprio planejamento de T&D”.
Por Paloma Domingues
________________________________________________________________________________
Cursos recomendados
Leia mais: