Dor de cabeça, irritação, insônia, dificuldade de aprendizagem e concentração…
Você sabia que esses sintomas podem ser decorrentes da exposição ao ruído?
O constante aumento do ruído vem preocupando os especialistas de todo o mundo. A intensidade do som e a duração da exposição ao ruído podem afetar a vida de diferentes maneiras, causando danos não só ao aparelho auditivo como também a outros órgãos. O ruído causa uma sensação sonora indesejável que ameaça a saúde, a produtividade, o conforto e o bem-estar das pessoas.
A intensidade do ruído é medida em decibéis (dB). De forma geral, ruídos com intensidade de até 50 dB não trazem nenhum dano ao organismo, já que estão dentro do chamado “nível de conforto”. Em uma conversação normal, a intensidade sonora gira em torno de 60 dB. Em praças de alimentação de shopping centers, bares, ou restaurante lotados, o nível de ruído pode chegar a 70 dB. Nas principais ruas da cidade de São Paulo, por exemplo, os níveis de ruído atingem de 88 a 104 dB. Quando o nível chega a 100 dB pode causar o que se denomina “trauma auditivo”; quando chega a 120 dB, o efeito é ainda mais grave: além de lesar o nervo auditivo, pode provocar zumbido, tonturas e estresse. O ruído de 140 dB pode destruir totalmente o tímpano, provocando o que se denomina “estouro do tímpano”.
É importante ressaltar que a escala de decibéis é logarítmica, de modo que um aumento no nível de som de dez decibéis representa um aumento da intensidade de ruído para o dobro. O Ministério do Trabalho determina, em sua Norma Regulamentadora 15/78, que o nível médio máximo para uma jornada de oito horas seja de 85 decibéis. E mais: a cada 5 decibéis de acréscimo, o tempo máximo permitido deve ser reduzido à metade.
O ruído é produzido em toda parte e, portanto, não é fácil controlá-lo. Veja alguns dos efeitos que ele pode causar:
1. Danos ao sistema auditivo
A exposição constante a ruídos de diferentes intensidades provoca fadiga do sistema auditivo, que passa a não reagir mais aos estímulos, podendo levar à surdez. A perda auditiva pode não ser percebida no início, pois ela se instala silenciosa e lentamente.
2. Insônia ou perda da qualidade do sono
Mesmo em repouso, o cérebro continua atento aos ruídos do ambiente; por isso, qualquer alteração significativa, repentina ou contínua, pode provocar mudanças nas ondas cerebrais, prejudicando a qualidade do sono.
3. Prejuízo da atividade mental
O cérebro é talvez o órgão mais atingido pelas vibrações do som. Durante a exposição ao ruído, nosso organismo realiza um esforço para manter suas atividades normais, o que provoca fadiga, tensão, déficit de atenção, dificuldade de concentração e até mesmo depressão.
4. Comprometimento de outros órgãos
Os ruídos podem causar problemas respiratórios, circulatórios e motores, como queda na pressão arterial, náusea, cefaleia, vômito, perturbação do tônus muscular e perda do equilíbrio, por exemplo.
5. Interferência na comunicação
O barulho intenso provoca o mascaramento da voz e por isso prejudica o entendimento da mensagem, além de forçar o indivíduo a falar mais alto.
E o fone de ouvido?
De acordo com pesquisas, o uso excessivo do fone de ouvido por um longo período, pode provocar a perda da audição. Níveis de som de mp3 podem atingir os 100 dB. Por isso, alguns jovens correm o sério risco de ficarem surdos antes mesmo que seus pais.
Como os fones são introduzidos no ouvido, eles amplificam ainda mais o som. Além disso, devem ser adequadamente higienizados para não causarem problemas adicionais. É importante ressaltar que o hábito de escutar música com o fone em um só ouvido pode levar à perda auditiva assimétrica e, no decorrer dos anos, pode levar à surdez.
Cuide de sua audição.
Por Rosângela Curvo Leite
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