94,9% das empresas, indústrias, hospitais e hotéis do Estado de São Paulo não têm um plano de contingência para enfrentar a crise hídrica que afeta a região sudeste. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada), em parceira com o NEIT (Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia) do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Foram entrevistados, entre outubro e novembro, 137 representantes de estabelecimentos instalados no Estado.
O estudo evidenciou também a alta dependência existente em relação às companhias de abastecimento regionais – e, consequentemente, às chuvas –, já que poucos (apenas 28,4%) contam com outras fontes de abastecimento e somente 12,4% têm sistema de reúso de água.
Entre todos os segmentos, a indústria é a que mais reutiliza água. Ainda assim, o número de adeptos é pequeno: somente 23,6% das indústrias contam com esse sistema. Do volume total de água consumido por elas, 8,5% é proveniente de reúso. Entre as empresas, o volume de reúso é de apenas 1,2%.
Mais da metade (52,5%) do volume de água utilizado pelas indústrias do Estado de São Paulo é proveniente da companhia regional de abastecimento; 28,2% vem de poços artesianos; e 18,7% de rios. A pesquisa revelou ainda que 14,7% dos poços artesianos, utilizados por algumas indústrias, secaram nos últimos meses.
Nos outros setores, a dependência em relação à companhia de abastecimento aumenta ainda mais. 100% dos hospitais consultados responderam ser abastecidos exclusivamente pela companhia regional. Entre as empresas, que não possuem processos produtivos em sua cadeia, o número chega a 97,9%; e entre os hotéis, cai para 78%.
56,25% dos hotéis afirmam ter plano de contingência, que contempla apenas recorrer ao abastecimento por caminhão pipa. 81,25% dos estabelecimentos não têm sistema de reúso. Entre aqueles que reutilizam água (18,75%), apenas 6,25% souberam informar o volume exato reutilizado.
Entre as ações tomadas nos últimos meses, as mais citadas foram a instalação de redutores de vazão nas torneiras, reutilização de materiais (como o enxoval, por exemplo, no caso dos hotéis), suspensão da lavagem de calçadas e de ambientes comuns, além da conscientização entre os colaboradores.
A partir das respostas concedidas, nota-se que apenas medidas paliativas, que visam exclusivamente a economia de água, têm sido implantadas. São poucos os estabelecimentos que incluem a gestão da água em seu planejamento estratégico de médio e longo prazo.
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