Imagine um grupo de pessoas trabalhando lado a lado, oito horas por dia, durante meses ou anos. Pense que esse grupo pode conter pessoas de diferentes gerações, com estilos comunicativos, hábitos e valores distintos. Sem dúvida, haverá atritos e divergências.
Essa é a realidade na maioria das organizações: diferentes gerações no ambiente de trabalho, com linguagens e visões sociais muito próprias, convivem e misturam-se em busca de resultados.
Mas esse contexto não é novo; é natural que no mercado de trabalho haja saída de colaboradores mais velhos e entrada de jovens. No entanto, pela primeira vez, há cinco gerações interagindo diariamente e as diferenças entre cada uma delas têm gerado um desafio adicional para os gestores, para as empresas e para as lideranças.
Para compreender a temática que envolve as diferentes gerações e seus respectivos valores morais e culturais, é preciso conceituá-las. Segundo Cerbasi e Barbosa (2009, p.21), “o que melhor define uma geração, em termos práticos, é um conjunto de vivências históricas compartilhadas, princípios de vida, visão, valores comuns, formas de relacionamentos e de lidar com o trabalho e a vida.”
Nesse universo corporativo multicultural, é preciso conhecer as características das diferentes gerações para entender comportamentos e deixar a comunicação mais assertiva.
As gerações se iniciam com os Veteranos, que nasceram entre 1930 e 1945. Eles são a geração do rádio; são tradicionalistas e, por terem vivenciado guerras e escassez, são pessoas que têm grande respeito pelas autoridades e cuidado com os gastos.
Os chamados Baby Boomers (1946-1964) surgiram após a revolução industrial, que por sinal marca um dos maiores índices de natalidade relatados na história. Essa geração está muito presente nas organizações ainda hoje; é composta de colaboradores que criam vínculos com a empresa, valorizam uma carreira estruturada, duradoura e bem sucedida. São cuidadosos na tomada de decisões, pois necessitam de justificativas sólidas para fazê-lo. O trabalho é o que define suas identidades.
Os indivíduos nascidos entre 1965 e 1976 compõem a chamada Geração X, cuja principal marca é a busca pela liberdade, até com certa rebeldia decorrente de anos de conservadorismo que foram quebrados, em parte, por esta geração. Preferem um ambiente de trabalho mais descontraído e buscam equilíbrio entre a carreira profissional e a vida pessoal. Valorizam receber feedback sobre as atividades realizadas e representam a primeira geração a ter contato com a tecnologia desde cedo.
Em seguida, surge a Geração dos Porquês, a chamada Geração Y (1977-1990), que cresceu com a comunicação em uma velocidade intensa. As informações passaram a circular de forma rápida no meio tecnológico, o que contribuiu para criar pessoas multitarefas e multifuncionais. São pessoas que buscam a independência, mas diferentemente das anteriores, postergam compromissos da vida adulta, como deixar a casa dos pais para morar sozinhos, por exemplo.
Para alguns autores, os nascidos entre 1991 e 2002 fazem parte da Geração W (“World Wide Web”). Para outros, esses indivíduos ainda são parte da Geração Y. De qualquer forma, a característica mais marcante é que são considerados nativos digitais; a tecnologia parece fazer parte do esquema corporal. São protegidos por seus pais, o que os torna seguros, confiantes, mas individualistas.
Atualmente, mais do que nunca, a chave para a competitividade em uma organização de sucesso é conhecer, compreender e lidar com a diversidade dos colaboradores. De forma geral, todos os profissionais valorizam qualidade de vida, atratividade das tarefas diárias, salário, benefícios, ambiente de trabalho. Entretanto, esses aspectos devem ser abordados de diferentes formas para cada geração.
Para minimizar as consequências negativas que as diferenças entre as gerações podem causar, deve-se entender o ambiente para depois atuar sobre ele. É necessário criar um clima produtivo, de respeito e aprendizagem mútua, visando desempenho e desenvolvimento de todos os membros da equipe.
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Leia também:
- O que as diferentes gerações valorizam no ambiente de trabalho?
- 7 sugestões para gerenciar equipes compostas por diferentes gerações
Links sugeridos:
- Across Generations at Work – The Psychology Foundation of Canada
- From Boomers to Millennials – Houston Business Journal
- How To Manage Different Generations – The Wall Street Journal
- Managing People from 5 Generations – Harvard Business Review
- Winning The Generation Game – The Economist