Uma das formas de garantir o sucesso nas relações interpessoais é saber prever o comportamento das pessoas e planejar, antecipadamente, como reagir a eles. Essa atitude não é exclusiva àqueles que possuem o tal do “sexto sentido”. Na verdade, o “sexto sentido” representa a habilidade que todos os indivíduos têm de “ler” uns aos outros, perceber os sinais e correlacioná-los a determinados tipos de comportamentos. Portanto, a percepção sobre os outros – e sobre si mesmo – baseia-se na atenção (um processo de observação seletiva) e na interpretação do que foi observado. Existem vários fatores que influenciam o processo da atenção, agrupados em duas categorias:
- Fatores externos (meio ambiente);
- Fatores internos (nosso organismo).
Os fatores externos mais importantes da atenção são:
- Intensidade – a atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade. É por isso, por exemplo, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto;
- Contraste – a atenção será mais estimulada quanto mais contraste existir entre os estímulos, como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes;
- Movimento – constitui um elemento principal no despertar da atenção. Por exemplo: as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que a brinquedos estáticos.
- Incongruência – presta-se muito mais atenção a coisas absurdas do que ao que é normal. Por exemplo: na praia, num dia de verão, prestamos mais atenção a uma pessoa que toma sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal.
Os fatores internos que mais influenciam a atenção são:
- Motivação – há maior atenção ao que motiva e dá prazer ao indivíduo do que ao que não o interessa em um primeiro momento;
- Experiência – a força do hábito influencia que uma pessoa preste mais atenção ao que já é conhecido e entendido. Além disso, o fenômeno cultural permite explicar por que pessoas de contextos diferentes não prestam igual atenção aos mesmos objetos. Por exemplo: os livros e os filmes aos quais se dão mais importância no Brasil podem não despertar a mesma atenção no Japão.
A todo instante há algo a ser percebido: um som, uma cor ou a expressão facial de uma pessoa durante uma conversa. Essa habilidade, que envolve curiosidade, foco, observação, dedução, e que deve ser estimulada sempre, é um grande diferencial nas relações interpessoais: uma percepção apurada pode favorecer uma negociação ou evitar conflitos desnecessários. Portanto, antes de agir, é preciso observar e exercitar a percepção.
Por Rosângela Curvo Leite e Paloma Domingues
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