O ser humano tem uma capacidade natural de analisar e solucionar problemas. Foi somente por essa habilidade – e não à compleição física – que se conseguiu achar meios para sobreviver aos predadores e às adversidades a que éramos expostos antes da civilização, as quais facilmente poderiam ter aniquilado a espécie humana.
Apesar dessa capacidade, os estudos revelam que a mente humana pode ser traiçoeira quando apresentada a um dilema. Prova disso é que ainda são cometidos equívocos quando os indivíduos se deparam com problemas.
Descobriu-se, por exemplo, que as pessoas costumam começar a discussão de um problema pela conclusão, geralmente já apontando uma saída pela qual tem maior simpatia, escolhendo a primeira solução que lhes vem à cabeça e que nem sempre é a mais adequada ou a mais viável.
Outro comportamento comum é o de, diante de um problema novo, buscar respostas conhecidas, que confortam ou que melhoram a imagem do indivíduo com o gestor, o colega, a família ou os demais integrantes do grupo social que o cerca. Só se encontra a solução, depois de muito tempo, por meio do sistema de tentativa e erro.
Esses exemplos revelam que é muito comum as pessoas acreditarem que sabem a solução dos problemas baseadas na experiência e na tentativa e erro. Com isso, muitos casos considerados “resolvidos” voltam, de tempos em tempos, a desafiar os indivíduos. Para encontrar o caminho para solução dos problemas, um primeiro passo é contar com uma grande dose de humildade para admitir que, por mais experiente que uma pessoa seja, o conhecimento e a vivência podem deturpar a busca pela solução mais adequada ao problema.
Outro passo fundamental é saber que “pensar” a respeito de um problema não significa sentar-se num canto, fechar os olhos e meditar, mas sim analisar metodologicamente o problema. Para isso, deve-se seguir um roteiro de análise e usar as ferramentas mais adequadas para buscar soluções para cada situação.
O MASP – Método de Análise e Solução de Problemas – é uma técnica sequencial e lógica, que parte da identificação do problema até a solução e o bloqueio definitivo das suas causas fundamentais. Esse método se originou por volta do ano 1600, quando o pensador francês René Descartes formulou o chamado método cartesiano de autodesenvolvimento, que contém os seguintes princípios:
1º. Princípio da Evidência: não tirar conclusões antes de ter provas e fatos suficientes;
2º. Princípio de Divisão e Análise: dividir o problema ou a situação no maior número possível de partes;
3º. Princípio da Ordem ou Dedução: começar a resolver as partes do problema pelas mais simples até chegar às mais complexas;
4º. Princípio da Revisão: fazer tantas revisões quanto forem necessárias. Uma vez seguidos esses princípios, diminui a chance de se solucionar um problema por tentativa e erro ou pela escolha do método que mais agrada o indivíduo.
Cabe destacar que, geralmente, os problemas em empresas ou corporações são caracterizados pelo seu potencial efeito dominó, ou seja, pelos inúmeros desdobramentos que podem ocorrer. Especialmente porque uma empresa é, sobretudo, uma vasta rede de relacionamentos e operações. A resolução para um eventual problema, portanto, não deve e nem pode ser encontrada por uma só pessoa, em um único dia. É necessário distanciamento, discussão e, claro, uso do MASP e de ferramentas decorrentes desses quatro princípios, tão importantes para a resolução de problemas.
Curso indicado:
Deixe um comentário